A Amazônia como bioma construído pela ocupação humana, diversa e multicultural, é o conceito basilar da exposição Uhiri | 森林 – título composto pelas palavras yanomami e japonesa para “floresta”. Pesquisas arqueológicas recentes demonstram que a Amazônia não é tão intocada como as pessoas imaginam: sua exuberância é também resultado do manejo realizado há milhares de anos pelos povos originários do Brasil e, mais recentemente, por comunidades imigrantes – dentre elas, a japonesa, responsável pela implantação do sistema agroflorestal, que integra a agricultura à floresta de maneira sustentável.
Diz-se comumente que a Amazônia é “o pulmão do mundo”. A proposta arquitetônica e de expografia para o Pavilhão do Brasil usa essa ideia como elemento central, na forma de uma estrutura inflável que poderá ser vista à distância, e que respira e inspira, colocando o prédio em contínuo movimento, assim como elementos expositivos, como grandes faixas de tecido transparente, pendentes dessa estrutura, em que estarão projetadas imagens de pessoas de diversas origens, retratadas de corpo inteiro. As paredes em brises conferem transparência à estrutura e proporcionam integração entre o interior e o exterior do edifício – o Brasil, aberto e acolhedor para receber os visitantes da Expo Osaka 2025.
Toda a exposição irá relacionar a importância da presença humana multicultural para a conservação do ambiente natural, partindo da experiência ancestral até os exemplos contemporâneos de convivência positiva entre as pessoas e os biomas brasileiros. Entram em contexto, também, grandes nomes brasileiros ligados ao desenvolvimento científico, econômico, educacional, cultural e político. Com isso, a proposta é indicar que o futuro do planeta pode e deve olhar para o passado como fonte de inspiração, e para o futuro como uma antena captando as novas tecnologias, unindo tradição e modernidade rumo à sustentabilidade. Se a floresta é fonte de vida humana, a proposta do Pavilhão do Brasil será mostrar que a vida humana também pode ser fonte de floresta.